São
quase duas da manhã, e não sei se será o gosto por estudar à noite, se será a
necessidade de estudar que ainda me prendem aqui. Talvez as duas. E, assim, perdido
entre o casamento, doações,parentescos e afins, dá-me para deixar um pouco o direito civil ,pois, começo a pensar sobre o porquê da
estrutura matricial, que acompanha a Administração Pública, na sua forma de administração directa.
E
saio, por instantes, deste âmbito privado, para me situar num público, se é que
tal distinção se pode balizar desta forma tão distinta. Mas vamos assumir, por
erro ,talvez, que sim.
E
será que esta estrutura matricial será realmente útil, ou será mais um
mecanismo do Estado, através do qual este cria mais lugares a serem ocupados temporariamente por uma necessidade de
mobilidade ou de outro interesse “relevante”?
Até este temporariamente é ,realmente, relativo. Parece-me, que, embora, possamos
criar um certo paralelo de distinção entre uma estrutura hierarquizada e uma
estrutura matricial, tendo em conta o tempo em que esta decorre, tal acabará por não proceder. Isto é, a
estrutura hierarquizada seria uma estrutura com carácter fixo ou temporário,
enquanto a estrutura matricial seria estritamente temporária(concretizado o
projecto, extinguir-se-ia). Mas este critério, cairá por terra, pelo menos neste
país à beira-mar plantado, pois o significado de temporário no dicionário
prático dos portugueses é bem distinto daquele que os dicionários conceituados
de língua portuguesa indicam. Enfim, mas acho que, por isso, tomando em
consideração que temporário significa ad
eternum poderemos sair desta
distinção.
A
explicação que pode fundamentar esta estrutura matricial, pode ser a de maior
flexibilidade, mas, sinceramente, considero que isso será fugir um pouco à lei,
pois o próprio artigo relativo à estrutura hierárquica dispõe sobre
flexibilidade. Mais um argumento a favor que ,em princípio, ficará pelo
caminho.
Coordenação?
Trabalho de Equipa? Estes dois pontos poderão ir um pouco ao encontro do que o
artigo 22º da Lei 4/2004, dispõe. Será uma nova cultura de organização
administrativa que visa um maior trabalho de equipa, um trabalho mais eficaz,
menos complexo destas “equipas multidisciplinares”. Talvez sim, talvez não.
Sinceramente, será que a própria estrutura hierárquica, faixa à faixa da
pirâmide, de cima para baixo, não terá nas suas “divisões” possibilidades de
trabalhar em equipa, ou será, que rema cada um para seu lado. Se assim for,
talvez, possa acolher este argumento da coordenação e do trabalho de equipa.
Enfim
parece-me que este projectos destas equipas multidisciplinares podem bem ser
desenvolvidos, enquadrados dentro da estrutura hierárquica, e que esta
estrutura matricial se trata de mais uma criação(sem grande inspiração) do legislador. No entanto, são
meros devaneios que por aqui tenho, ainda com poucos conhecimentos, e
influenciado pela hora tardia a que escrevo.