No seguimento da preparação para a simulação sobre a privatização da RTP, lembrei-me de recuperar uma notícia do dia 5 de Novembro deste ano:
Freitas do Amaral “completamente perplexo” com eventual gestão de arquivos por privados
O fundador do CDS Freitas do Amaral disse hoje estar “completamente
perplexo” com a notícia de que o Governo estará a preparar a entrega da
gestão dos arquivos de toda a administração pública a privados.
“Espero que não cheguemos a essa situação de país de
quinto mundo, como se fossemos uns autênticos selvagens que correm nus
pela floresta. Isso não lembra ao diabo”, disse o antigo governante.
Diogo
Freitas do Amaral falava aos jornalistas à margem da conferência
“Princípios de uma Política Humanista”, que decorre hoje em Lisboa,
promovida e dirigida pelo deputado Ribeiro e Castro.
A notícia foi avançada hoje pelo jornal Diário de Notícias, que diz que os arquivos secretos do Estado podem vir a ser entregues a privados.
O
jornal diário cita um estudo do Governo que defende que as bases de
dados de toda a administração pública sejam centralizadas e guardadas
por uma entidade privada, com o objectivo de reduzir despesas.
Entretanto,
o ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco, já disse hoje, no
parlamento, que a situação dos arquivos do seu ministério não foi
discutida e que “não está previsto absolutamente nada” sobre uma
eventual entrega desta documentação a entidades privadas.
“Não está previsto entregar, nem sabia, não tive tempo de ler o Diário de Notícias,
não li, mas essa matéria relativamente aos arquivos da Defesa Nacional
não foi tratada ainda sequer, não está previsto absolutamente nada sobre
isso”, declarou o governante, numa resposta ao deputado do PS Marcos
Perestrello.
Também o presidente do Conselho de Fiscalização do
Sistema de Informações da República Portuguesa (CFSIRP) considerou hoje
um “completo absurdo” o eventual controlo de bases de dados da
Administração Pública por privados, sublinhando que “poria em perigo”
segredos do Estado.
“Parece-me que o que vem proposto é um
absurdo, um completo absurdo, independentemente de conhecer - que não
conheço efectivamente - as condições em que se isso se processaria”,
disse à agência Lusa Marques Júnior.
in Público Online, 5 de Novembro de 2012
Duarte Mota, nº 22068
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